sábado, 30 de março de 2013

Caminhantes perdidos.

Andamos ao esmo sem perceber, todos correndo sempre atrasados com destinos diferentes e grandes metas, todos tão preocupados o tempo todo...
Sempre a falar a reclamar, esbravejar, e ferir, com todo aquele ódio esbordando e amontoando por todos os cantos, ou será, meu amigo amor escondido por tempo demais?
Toda essa raiva que parece ser algo sólido e contagioso.
Preocupados demais com o que já fizeram, sem querer descer no próximo ponto...
Andar a esmo, andar, andar, e andar, vontade de afundar-se em qualquer coisa para fugir de tudo isso.
Pessoas demais, pessoas que não conseguem entender o fato de querer distanciar-me, de não gostar delas, mas quem disse que precisamos gostar da mesma espécie só por ser a mesma espécie?
Sinto a razão a escapar, fugir-me justamente quando sua presença é necessária.
Pedem por pessoas cultas, pessoas inteligentes, e esquecem de que não se pode esperar nada das pessoas.
Ou será que pode? Ela voltou a ter círculos, ela está entre eles todos, sente saudades e ri como nunca, sempre com a aquele medo a martelar.
-Você não deviria também estar subindo naquele ônibus, moça bela moça?
- Sim, mas não sei pra onde ele vai!
- Mas moça, ninguém sabe. Que absurdo!
-Como! Estão todos a esbravejar a reclamar de estarem atrasados.
- Mas estamos todos atrasados.
- Não podemos estar, só pode estar atrasado quem tem pra onde ir!
- Mas é exatamente isso, precisamos tratar de descobrir, pois nunca se sabe o que está lá a esperar a próxima badalada .

Fabiana Nagel

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