domingo, 31 de março de 2013

Calmaria

Ela não quer ir, não quer voltar, este nesse estado de calmaria que se acomete sobre as pessoas de tempos em tempo, que prevê algo ruim .
Mas ela não se importa, aprendeu a nada temer. Afinal, nada pode ser tão mal, não é?
Ela não quer que cheguem, e não quer que vão .
Ela nem ao menos sabe bem o que quer, não saberia dizer o que não quer.
Está atolada nisso tudo de novo.
Nessa confusão sem sentido, sem nem mesmo preocupar-se.
Ela que está sempre disposta à mais uma caneca de café.

A mais livros para afundar-se
Que encheu seus dias, que está a correr.
Que tem como companheiros fiéis somente seus velhos all-star, e talvez aquele surrado livro.
Ela que não quer conversar.
Que não precisa de nada.
Que necessita de muitas horas de sono, mas que vive da insônia.
Que está o tempo toda sedenta, que sente se furada, nunca preenchida
Que está sempre faminta. Mas nunca com vontade de nada.
Somente querendo afundar-se no próximo solo.
Esconder-se na próxima esquina.
Ela, que não usa laço, não gosta de rosa e não fica a usar essas roupinhas de menininha.
Ela que não se importa, e que tenta, simplesmente tenta.

Fabiana Nagel

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