sábado, 4 de maio de 2013

Nevoa sobre a razão

Esses dias estão tão confusos.

Ela não consegue encontrar-se.

Sua mente fica dando voltas e voltas sem nenhum sentido claro ou qualquer lógica.

Parece que ela perde-se entre um espeço nevoeiro...

E não há a chamada luz no fim do túnel.

Mas quanto a isso é provável que ela prefira assim.

Tudo isso soa comum demais, uma vida de clichês.

Pela primeira vez ela se pega a rir para preencher o silencio, logo ela que é da opinião de que o silencio é tão ou talvez mais importante que a conversa.

Há algo nela que soa falso ou fictício para ela mesma.

Ela se pega sentir.

Ou talvez só esteja tão acostumada ao contrário que quer acreditar nisso.

Ela que agora precisa pensar em tudo, até nas mais simples coisas.

Ela está a pensar em outro alguém.

Está a ansiar pela sua aprovação ou simplesmente por sua atenção.

Ela vê ironia em tudo, algo maior e obscuro por trás de tudo.

Está a desconfiar de cada gesto ou ação.

Ela passou a se importar. Ou a importar-se ainda menos.

Anda ainda mais tímida e com mais ódio, ou talvez, medo de pessoas do que nunca.

Seu nível de estresse é tão alto que nem ela quer estar perto de si.

Ela decorou as respostas esperadas para todos os questionamentos diários.

Está preparada para um plano B se algo der errado.

Esconde-se entre as páginas dos seus já surrados livros, mas em certos momentos parece-lhe que nem eles conseguem melhorar a situação.

Ela tenta formular as frases certas, e conseguiu por um tempo.

Mas então foi demais.

Pois ela não se importa com a opinião alheia, mas ela não suportava mais ouvir todos a sua volta falarem com descaso daquilo que ela levou tanto tempo para construir.

As palavras vão fluido, sem uma sequencia lógica, só vão indo, pois elas precisam ir.

Afinal, acho que elas não precisam de uma sequencia, pois creio que seu sentido seja transmitir algo, e de certa forma isso está sendo feito.

Sem uma continuidade ou qualquer organização, até porque ela está em completa confusão.

Há dias em que tudo parece certo, bonito até. Mas em outros tudo está realmente feio, até mesmo à ela que acostumou-se com o que não é bonito para a maioria.

Se ela não tivesse acesso a suas antigas memorias poderia dizer que estava realmente se importando e tendo os chamados sentimentos.

É bastante provável que aquilo que fica a formigar de tempos em tempos seja medo.

Mas pode ser qualquer outra coisa, pois além de tudo ela nunca soube identificar ao certo tudo aquilo que se passava em seu interior.

Pois ela funciona da razão, dos fatos, dos números.

Isso é de fácil e rápida compreensão e conhecimento para ela.

Talvez ela tenha passado por momentos de dor, mas isso não é provável, pois sendo assim ela estaria a se importar.


Não é engraçado o que pode sair de uma mente enevoada que se perde uma vez mais a divagar?


Fabiana Nagel

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